A
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA TEOLOGIA NA PRODUÇÃO DE UMA RELIGIOSIDADE SADIA
Mateus 28:19-20: “19.Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; 20.ensinando-os a
guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos
os dias até à consumação do século”.
Algumas pessoas costumam dizer que não gostam de
teologia. “Meu negócio é vida prática”, afirmam. No texto acima, um dos mais
conhecidos, sempre que é citado, pontua-se a questão do “Ide” (v.19), da “evangelização”. Mas, não podemos
esquecer que o mesmo imperativo para “evangelizar”
é aplicado, com a mesma intensidade, para a necessidade do “ensino na palavra
de Deus” (v.20). Em Mateus 22:29, Jesus levanta mais uma vez a
questão da importância do aprofundamento no estudo das escrituras. Diz ele: “Errais, não
conhecendo as Escrituras”. Em João 5:39,
sobre esse assunto, mais uma vez Jesus incentiva o aprofundamento nas
escrituras, diz ele: “Examinai as escrituras”.
Portanto, caros irmãos, não devemos fazer essa
equivocada distinção dicotômica entre Teologia e Vida prática. Afinal, como alguém já disse, somos
aquilo que acreditamos, aquilo que aprendemos, aquilo que lemos. Erra
gravemente quem pensa que o estudo da teologia produz uma vida apática e
desassociada de atitudes práticas. Os maiores missionários do passado eram,
também, profundos conhecedores da Teologia, especialmente Reformada. O
sociólogo Max Weber, autor do livro que foi considerado o livro mais importante
do século XX: “Ética protestante e o Espírito do Capitalismo”, por exemplo,
após um denso estudo sobre variadas culturas, chegou à conclusão que os países
cuja população era predominantemente Calvinista, possuíam melhor qualidade de
vida, com maior desenvolvimento espiritual, ético e moral. Ele atribui isso ao
conhecimento profundo da doutrina Reformada. Veja o que ele afirma:
O Deus de Calvino exigia de seus crentes não boas
ações isoladas, mas uma vida de boas ações combinadas em um sistema unificado.
Mas no curso de seu desenvolvimento, o calvinismo acrescentou algo de positivo
a isso tudo, ou seja, a idéia de comprovar a fé do indivíduo pelas atitudes
seculares. [...] consideramos apenas o calvinismo e adotamos a doutrina da
predestinação como arcabouço dogmático da moralidade puritana, no sentido de
racionalização metódica da conduta ética.(WEBER, 2004. p.91,94,96).
Precisamos entender que sempre fazemos uma opção teológica.
Queiramos ou não. Ainda que afirmemos não gostar de teologia.
OU SOMOS CALVINISTAS OU SOMOS ARMINIANOS. Não temos
como fugir disso. Essa escolha reflete diretamente na nossa prática cúltica e
litúrgica. Quando dizemos: “não quero saber de estudar teologia”; sem saber,
nossas atitudes e forma de adoração, acabam por revelar, automaticamente, a
posição teológica que estamos seguindo.
Um bom exemplo disso é o sistema de APELO, trazido por
Charles Finey, no século XIX. Muita gente diz que não gosta de teologia, mas,
sempre, depois de sua pregação, faz o famoso “apelo” para que as pessoas
aceitem a Cristo. Isso, caros irmãos, é teologia pura. Se está certa ou não, é outro
assunto. Isso é uma prática complemente lastreada por uma posição teológica. Ou
somos Calvinistas ou somos Arminianos, repetimos. Não temos como fugir disso. Queiramos ou não,
assumimos uma posição teológica. Sem contar nos muitos absurdos e
nas muitas aberrações, que temos visto no meio evangélico, pela pura falta de
estudo da Palavra de Deus, da Teologia.
Não seria mais prudente, então, seguir a orientação de
Jesus e estudar profundamente sua palavra? Isso é teologia. Fazendo isso,
podemos escolher, sem nenhuma imposição, a postura teológica que mais
simpatizamos, que mais, em nossa opinião, se aproxima da verdade das Escrituras
Sagradas. Porém, essa escolha “consciente” só poderá ser feita mediante um
conhecimento aprofundado da Palavra de Deus, que só pode ser adquirido com o
estudo da Teologia.