Louvar a Deus é uma Atitude de Coração
É
comum observar que alguns que muito tem, com abundância e mais do que
precisam, por vezes permanecem em contínuo murmúrio pelo que julgam
ainda lhes faltar. Nada lhes é suficiente. Outros, mesmo tendo
pouquíssimo, o pouco que tem lhes basta para encher o coração de louvor e
agradecimento a Deus.
Isto nos leva a uma percepção bíblica de que o louvor não é definido pelas circunstâncias da vida, mas pela atitude do coração.
O
Salmo 34 é um convite ao louvor e à maturidade espiritual. Nele o
salmista manifesta o seu compromisso de louvar ao Senhor em “todo o
tempo”(v.1).
Louvar
ao Senhor ao ganhar o que se desejou, ao ter o pedido atendido ou ao
ser surpreendido por uma ótima notícia não exige nada especial do nosso
coração. A proposta bíblica, porém, é bem mais ampla: é louvar a Deus em
“todo o tempo”, no dia bom e também no dia mau, em plena saúde e nos
dias de enfermidade, quando aplaudido ou quando criticado, ao receber
uma resposta positiva do Senhor ou quando Ele nos fecha um caminho que
desejávamos seguir.
Louvar
a Deus em “todo o tempo” implica em reconhecer que todos os planos do
Senhor são planos de amor. Que, de fato, todas as coisas cooperam, de
alguma forma que pouco compreendemos, para o bem dos que sinceramente
amam a Deus, e isto nos basta. Louvar a Deus em “todo o tempo” implica
também em reconhecer que as circunstâncias da vida, mesmo as mais
difíceis, possuem algum motivo de louvor.
Neste
salmo não encontramos um cenário de perfeição que nos leva ao louvor,
mas um louvor que é proferido na realidade da vida que possui seus
desafios realistas e constantes. Os versos 4, 5 e 6 nos falam sobre
temores, angústicas e prisões. O verso 8 nos leva, entretanto, ao
reconhecimento de que além das cores que pintam o presente cenário da
nossa vida, Ele é bom. Somos conduzidos não apenas a compreender a Sua
bondade, mas a experimentá-la: “provai e vede que o Senhor é bom”! Deus
não é apresentado como aquele que realiza atos de bondade, mas como
aquele que é bom em sua essência. É da natureza de Deus ser bom.
Alguns
passam por angústias e tornam-se murmuradores. Outros passam por
angústias e reconhecem a bondade do Senhor. A diferença está na atitude
do coração.
O
louvor a Deus combate também a ansiedade da alma.Depressões,
ansiedades, fobias e temores são as enfermidades do nosso século. Jamais
tantos medicamentos foram produzidos e consumidos para estes problemas
emocionais como hoje. Neste salmo vemos que, ao lidar com o louvor,
pacificamos também nossos corações. No verso 1 ele nos fala sobre a
alegria, no 2 sobre a libertação de nossos temores e no 5 da libertação
das nossas angústias. Louvar a Deus alegra o coração do Pai e também
pacifica a nossa alma, uma vez que reconheço que minha vida está nas
mãos daquele que, em todas as coisas, é bom.
Em
1873 um navio francês, o Ville de Havre, seguia da costa leste
americana para a Europa. Entre os passageiros encontravam-se a senhora
Spafford e seus quatro filhos, esposa de um cristão piedoso, jovem
advogado de Chicago. Nesta viagem o navio sofre um acidente e vem a
naufragar, morrendo quase todos os tripulantes. Dias de desespero se
seguem com a ausência de notícias para as famílias dos desaparecidos em
alto mar. Finalmente o senhor Spafford recebe um telegrama comunicando
que sua esposa foi encontrada ainda com vida, mas estava só. A mensagem
sobre a perda de seus quatro filhos lhe aflige a alma. Ele chora e
lamenta. Depois senta-se e escreve a letra de um hino que se tornaria
conhecido em todo o mundo: “It is well with my soul” (Está bem a minha
alma), conhecido como “Sou feliz com Jesus”.
Nele ele diz:
Se paz a mais doce me deres gozar
se dor a mais forte sofrer
Oh, seja o que for, Tu me fazes saber
Que feliz com Jesus sempre sou
O
louvor a Deus não é definido pelos marcadores da nossa história,mas sim
pela bondade do Senhor que vai além das linhas do horizonte do
entendimento da vida. Louvar a Deus é reconhecer que a Sua bondade será
sempre maior do que qualquer tragédia que possa se abater sobre nossa
existência. É cantar a Sua bondade nos dias de luz e alegria, e não
deixar de fazê-lo nos dias de neblina forte e cores cinzas. Sua bondade é
maior que a vida.
Um
dia, em luz plena e eterna, cantaremos a Sua bondade, em “todo o
tempo”. Não precisaremos de fatos da vida para fazê-lo. A Sua presença
nos bastará.
(Fonte: http://www.ipb.org.br/portal/artigos-e-estudos/551-ronaldo-lidorio-missionario-da-apmt-fala-sobre-gratidao)
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