segunda-feira, 23 de abril de 2012

Análise do Pr. Silas Malafaia sobre a decisão do STF.

STF aprova aborto de anencéfalo; Pr. Silas Malafaia comenta:

Por 8 votos a 2, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu autorizar a mulher a interromper a gravidez em casos de fetos anencéfalos, sem que a prática configure aborto criminoso. Durante dois dias de julgamento, a maioria dos ministros do STF considerou procedente ação movida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), que tramita na Corte desde 2004.
Pr. Silas Malafaia comenta:                                                    
O meu comentário terá viés teológico, científico e jurídico. Teologicamente falando, a Bíblia, que é o livro de regra e fé do cristão, não abre mão nem no antigo, nem no novo testamento, para nenhum tipo de aborto. A Bíblia trata o feto como uma pessoa. Deus se fez homem na concepção (Lucas 1:31). O Salmo 139 mostra, de maneira espetacular, que antes da concepção Deus já tinha anotado tudo em seu livro, antes da existência de qualquer parte do nosso corpo (versículo 16b). Deus participou no ato da concepção (versículo 13); Deus me viu na fase embrionária (versículo 16a); Deus participou de todo o desenvolvimento da vida fetal. Dar a vida e tirá-la pertence a soberania de Deus. E como já falamos, todo indivíduo nasce para morrer, seja a um segundo após o parto ou com noventa anos de idade.
Na questão científica, o que precisamos entender é que o bebê no ventre da mãe é um ser independente, está em simbiose com a mãe por questões de nutrientes para o seu desenvolvimento. Na gestação o agente passivo é a mãe, o ativo é o bebê que está dentro dela. É ele que faz cessar os ciclos da mãe, que regula o líquido amniótico, em ultima instância determina a hora de vir ao mundo e está protegido por uma capsula para não ser expulso como corpo estranho. Por outro lado, na análise científica, o que ninguém quer ver e saber – porque isto faz parte de um jogo para aprovar qualquer tipo de aborto no futuro – é que o sofrimento da mulher que carrega por nove meses um bebê anencéfalo não dá para se comparar com o trauma pós aborto que essas mulheres carregam. Podem marcar toda a sua vida por questões gravíssimas na área psicológica e emocional.
Incentivo você a ler a matéria da psicóloga Marisa Lobo  no site Verdade Gospel.
O sofrimento de uma mulher que dá a luz a uma criança anencéfala pode ser, no máximo, nove meses. Mas o sofrimento de uma mulher que faz qualquer tipo de aborto, pode ser por toda a vida.
Na questão jurídica, aborto no Brasil é crime. Jamais o STF poderia aprová-lo. É o congresso nacional que tem autoridade para legislar. Por fim, na China já se faz aborto para bebês com Síndrome de Down e uma campanha surda para abortar meninas. Daqui a pouco vamos fazer seleção de raça e abortar bebês com qualquer tipo de defeito. Como disse, o espírito de Hitler está no mundo da pós-modernidade. O ser humano está sendo coisificado. É uma “coisa” como qualquer outra coisa que possa ser descartada. Assista o vídeo do voto contrário do presidente do STF , ministro Cezar Peluso. Simplesmente irretocável e sensacional. Convido você também a ler os artigos de Reinaldo Azevedo (colunista do site da Veja) sobre o assunto. É uma paulada nos que defendem o aborto. 

(Pr. Silas é o pastor presidente das Assembleias de Deus Vitória em Cristo; proprietário da Editora Central Gospel e apresentador do Programa Vitória em Cristo)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Reflexão do Pr. Eraldo Gueiros - Porque nós sofremos?


Porque nós sofremos? 

Por Rev. Eraldo Gueiros 
(É pos-graduado em Missiologia Urbana (pelo SPN) e Transcultural (pelo EMM). Tem Licenciatura em Teologia (pela FATER). É professor do Cet Recife nas disciplinas de Evangelismo, Missões e Teologia Sistemática 1)

Lembro-me bem quando me fizeram pela primeira vez essa pergunta: Pastor, se Deus é bom e agora somos filhos de Deus,  por que ainda sofremos? Você também já fez alguma vez essa pergunta? 
A Bíblia nos apresenta algumas razões pelas quais sofremos, mas antes de relfetir sobre elas, é necessários 2 esclarecimentos:
De primeira mão, é essencial que afirmemos que o sofrimento que passamos não é porque Deus é mal e gosta de nos ver sofrer. Pelo contrário, há centenas de textos que nos afirmam: “Louvai ao Senhor porque Ele é bom; porque a Sua benignidade é para sempre” Sl.136:1. 
"Pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza de suas misericordias. Porque não aflige nem entristece de bom grado os filhos dos homens" Lm.3:32-33
Jeremias ainda diz: "Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais." Jr.29:11
"Apoiado nessa idéia o Senhor Jesus também nos afirmou: “No mundo sofrereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo Jo.16:33. 
Não é porque o diabo é mais forte do que Deus, de forma que nem Deus pode evitar que o diabo venha nos afligir. A Bíblia também nos afirma: "...que os justos, e os sábios, e as suas obras estão nas mãos de Deus, e também que o homem não conhece o amor nem o ódio; tudo passa perante a Sua face". Ec.9:1b
Mas a pergunta persiste: Porque sofremos?
A Bíblia nos ensina que nossos sofrimentos normalmente são produzidos por 4 situações, a saber:
1- Por conseqüência do Pecado Geral da Humanidade. Em Gn.3:16-17: “E a mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor... E a Adão disse: Maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida”. Toda maldade que vemos no mundo e as catástrofes estão associadas, em certo sentido, ao resultado desse pecado.
2- Por conseqüência de nossas Ações Pecaminosas. O pecado de adultério de Davi com Betseba e o assassinato de Urias, por exemplo, trouxeram grandes consequências sobre sua vida (2Sm.12). Paulo diz que tudo que semearmos, vamos colher! (Gl.6:7). De forma, que muitos dos sofrimentos que passamos é resultados de nossas ações.
3- Por conseqüência das investidas do inimigo. Sem dúvida essa é outra possibilidade, o inimigo nunca está dormindo. A experiência de Jó é um grande exemplo de como o diabo age conosco (1:9). Sempre que estivermos buscando mais a Deus, ele também estará agindo para impedir nossa santificação e relacionamento com Deus. Tiago diz: “Não deis lugar ao diabo” (4:7).
4- Por uma ação pedagógica de Deus. Quando Deus deseja nos ensinar, quebrantar ou nos preparar para algo que irá acontecer, muitas vezes Ele poderá usar o sofrimento para nos aperfeiçoar. Tiago também nos diz: “Tende grande alegria quando passardes a provação, porque ela produzirá paciência (maturidade)” (Tg.1:2-3). 
Seja qual for o motivo que esteja trazendo algum tipo de sofirmento sobre nossas vidas, devemos lembrar as palavras de Paulo: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar." 1Co.10:13
O dever do cristão é em toda e qualquer situação dar graças a Deus "...porque essa é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco". 1Ts.5:18.

terça-feira, 3 de abril de 2012

O Cet Recife mobiliza seus alunos para Viagem Missionária!

O Prebitério Centro do Recife promove a 1ª Viagem Missionária de 2012, para o Município de Lagoa do Carro (cerca de 80 Km do Recife - Zona da Mata Norte), para apoio e consolidação da Congregação Presbiteriana local.
A viagem será uma grande oportunidade de treinamento em evangelismo pessoal; organização de viagem missionária e plantação de igrejas.
O Centro de Educação Teológica do Recife está como parceira nessa programação. Por isso convoca todos os seus alunos para vivenciarem essa experiência pedagógica que servirá também para nota.
Corram que as vagas são limitadas!

Rev. Eraldo Gueiros

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Pr. Luiz Sayão aborda: A Importância da Teologia Bíblica?







A Importância da Teologia Bíblica 


  Por Pr. Luiz Sayão 
(Mestre em Língua Hebraica pela USP; é diretor acadêmico, na Faculdade Teológica Batista de São Paulo, no Seminário Teológico Young San (coreano) e no Gordon-Conwell Theological Seminary de Boston; atualmente é pastor da Igreja Batista Nações Unidas);
 
 Quando alguém ouve falar de Teologia Bíblica nem sempre fica claro a que exatamente essa expressão se refere. Alguns entendem que a expressão diz respeito à teologia de acordo com a Bíblia, em oposição a uma teologia herética. Outros imaginam que a referência é a uma teologia que está baseada nas Escrituras. Nenhuma dessas sugestões é correta. A Teologia Bíblica define-se basicamente a partir de sua distinção em relação à Teologia Sistemática e à História das Religiões. A proposta fundamental da Teologia Bíblica é construir uma teologia a partir das Escrituras, de modo indutivo, sem depender das categorias definidas pela Sistemática ou pela Dogmática. Para uma descrição mais objetiva dessa distinção vale a pena esboçar o seguinte quadro:
ABORDAGEM
Fonte dos Dados
Metodologia
Hermenêutica

Teologia Bíblica

Cânon das Escrituras
Exegética e Teológica
Organização: Conceitual, Tópica e Histórica.
Descritiva
e Normativa

Teologia Sistemática

Escrituras Sagradas, Tradição Histórica, Razão (filosofia) e Experiência Humana.
Teológica
e Filosófica.
Organização sistemática e lógica.
Normativa
e Construtiva

História da Religião

Escrituras, documentos de outras religiões, literatura e arqueologia.
Fenomenológica
e Histórica:
Organização: Cronológica e Genética.
Descritiva
                        Como podemos observar, a Teologia Bíblica parte unicamente das Escrituras e procura prescindir da filosofia e da teologia sistemática, organizando os dados bíblicos a partir da lógica interna do pensamento bíblico. É essencialmente descritiva, mas pode também tornar-se normativa quando pergunta qual o valor do texto bíblico para o intérprete de hoje. Um exemplo prático da diferença de abordagem entre as duas pode ser percebido no campo da escatologia. Enquanto a teologia bíblica discute as tensões bíblicas entre o “já” e o “ainda não” do Reino de Deus (escatologia realizada e escatologia futura), a teologia sistemática evangélica volta-se para divisões como pré-milenismo, pós-milenismo, amilenismo, pré-tribulacionismo, etc.

Resumo Histórico
                        As raízes da teologia bíblica estão na Reforma Protestante. O ponto de partida protestante Sola Scriptura lançou a semente para uma teologia exegética, buscando livrar-se da Dogmática Eclesiástica. Os comentários de Calvino são os primeiros exemplos de uma exegese bíblica histórico-gramatical, que estabelecia os primórdios da futura teologia bíblica. Todavia, a maioria dos estudiosos define o início do moderno estudo da teologia bíblica, ou mais especificamente, da teologia bíblica do Antigo Testamento, a partir da palestra inaugural do professor Johann Philipp Gabler na Universidade de Altdorf em 1787. Antes de Gabler não havia uma distinção entre teologia dogmática e teologia bíblica.  Não havia separação entre teologia do Novo Testamento e teologia do Antigo Testamento. Gabler defendia essas distinções. Mesmo que nunca tenha escrito uma teologia do Antigo Testamento, foi o professor Gabler quem estabeleceu os princípios básicos e o método pelos quais seria possível escrever uma teologia bíblica do Antigo Testamento. A base do estudioso alemão era racionalista, e foi sobre tais fundamentos é que surgem os primórdios da teologia bíblica. Apesar dessa influência filosófica da época, muito clara em estudiosos como G. L. Bauer, de Wette e F. C. Baur, alguns estudiosos adotaram uma linha mais evangélica e menos racionalista. Entre eles devem ser mencionados E. W. Hengstenberg, F. Delitzsch e G. F. Oehler.
                        Entre 1880 e 1930 a incipiente teologia bíblica perdeu espaço para os estudos da história da religião. As novas tendências filosóficas, aliadas à curiosidade européia para com os costumes e idéias religiosas de outros povos fomentou uma interpretação da fé bíblica dentro de um contexto religioso universal. A fé de Israel e do cristianismo deveriam ser vistas sob parâmetros evolucionários e à luz da comparação com as outras religiões conhecidas.
                        Somente depois da década de 30 do século XX foi que ressurgiu o interesse pela teologia bíblica. Tal efervescência perdura até os anos 70. Muitos nomes de peso surgem tanto no campo do Antigo como do Novo Testamento. Nomes como O. Eissfeldt, W. Eichrodt, G. von Rad, B. Childs, C. Westermann, W. C. Kaiser, S. Terrien, W. Brueggmann, R. Bultmann, H. Conzelmann, E. Käsemann, H. J. Kraus, K. H. Schelkle, J. Jeremias, G. E. Ladd e D. Guthrie tornaram-se marcas na teologia bíblica principalmente durantes as décadas de 30 a 70. Além disso, muito da teologia contemporânea interagiu bastante com o pensamento bíblico e estabeleceu modelos sistemáticos de teologia menos presos a categorias filosóficas clássicas. Aqui merecem destaque especial os nomes de K. Barth, W. Pannenberg e Oscar Cullmann. Nas últimas décadas a teologia bíblica continua viva, mas tem enfrentado dificuldades e alguns até crêem que esteja em grande crise. Para entendermos melhor seus caminhos, é preciso destacar suas principais tarefas.

A Tarefa da Teologia Bíblica
                        Conforme já foi sugerido, a tarefa da teologia bíblica é construir uma teologia a partir do texto bíblico, edificando uma espécie de “macro-exegese”, procurando metodologicamente isentar-se de leituras confessionais e filosóficas a priori. Todavia, uma teologia bíblica séria deverá enfrentar algumas questões importantes das quais não poderá omitir-se:
1. Teologia descritiva ou normativa. Qual é o papel de uma teologia bíblica? Procurar detectar os conceitos teológicos dos autores bíblicos, ou deve ela também definir normas ético-religiosas a partir da experiência histórica e teológica da comunidade da fé. Será que um aspecto exclui o outro? É possível manter a tensão entre as duas ênfases?
2. A Relação entre os testamentos. Pode existir uma teologia do AT, independente do Novo Testamento? Será que a teologia do AT é uma disciplina exclusivamente cristã? Existirá uma teologia do AT judaica? Que tipo de relação existe entre os dois testamentos? Continuidade ou Descontinuidade? Como trabalhar a unidade da mensagem bíblica, sem desvalorizar o AT e sem uma “cristianização” exagerada do mesmo? Todas essas perguntas são inescapáveis e merecem atenção do teólogo bíblico.
3. Abordagem diacrônica ou sincrônica. Muitas teologias bíblicas e sistemáticas parecem considerar o texto bíblico homogêneo e uniforme. Será que é possível fazer teologia bíblica sem considerar a história e algum tipo de desenvolvimento teológico nas Escrituras. É verdade que o histori-cismo do século XIX e sua postura evolutiva trouxe uma espécie de trauma para muitos estudiosos da Bíblia. No entanto, ainda que seja árdua lidar com o papel da história na teologia, cremos ser impossível fazer uma boa teologia, sem considerá-la adequadamente, conforme bem observou Oscar Cullmann.
4. Relação com a autoridade da Bíblia. Por mais isenta que seja uma teologia bíblica, ela não poderá deixar de trabalhar com pressupostos. Um dos mais relevantes é exatamente o ponto de partida para com a própria Bíblia. Devemos praticar uma hermenêutica de suspeita para com o texto? Ou devemos interpretar o texto sagrado de maneira afirmativa, numa relação de empatia para com o mesmo. Quando um outro referencial externo explícito comanda a hermenêutica das Escrituras dificilmente poderá construir-se uma teologia bíblica que faça justiça ao texto.
5. Unidade e diversidade. Será que possível achar um centro de organização para uma teologia da Bíblia, ou do AT e do NT. Será que o conceito de aliança, de promessa ou de ação divina na história são adequados para organizar o material bíblico. Seria tal abordagem forçada, pelo fato de existirem vários centros de organização do texto? Essa é uma questão difícil que não pode ser esquecida. Além disso, a diversidade presente nas Escrituras levanta outra questão: Existe uma teologia bíblica (ou do AT/NT) ou existem várias teologias? É bem conhecido o fato de que os teólogos liberais levaram a diversidade teológica bíblica às últimas conseqüências. Por outro lado, fundamentalistas têm tentado ver unidade a partir de lentes mais sistemáticas e filosóficas do que bíblicas. Como deve ser trabalhada essa relação? Aí está um grande dilema ainda aberto para a discussão dos estudiosos.
6. Teologia canônica ou não canônica. Por mais simples que possa parecer essa questão, ela merece muita atenção. Já que temos acesso a material religioso da fé de Israel e da igreja primitiva, devemos perguntar se uma teologia bíblica deve fazer referência a esse material. Por outro lado, já que se trata de uma teologia construída dentro da comunidade da fé, a igreja, deve-se perguntar se os parâmetros da dogmática cristã e esse fator devem restringir a teologia a uma abordagem canônica.
7. Relação com a sistemática. Uma vez construída uma teologia bíblica chegará ela a algum lugar sem uma relação com a sistemática? É possível construir uma teologia bíblica sem cair na fragmentação muitas vezes acéfala? Que tipo de relação deve se manter entre as duas abordagens? Doutrinas cardeais e essencias da fé como a Trindade teriam relevância significativa numa teologia bíblica? Com certeza o diálogo é fundamental e necessário, para que as duas abordagens se completem.

(Fonte: http://www.prazerdapalavra.com.br/colunistas/luiz-sayao/3874-a-importancia-da-teologia-biblica-luiz-sayao.html)