“Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a Palavra.” Atos 8: 4
Por Rev. Eraldo Gueiros
Especialista em Missões Urbanas e Transculturais
Professor das disciplinas de Evangelismo e Missões
Sabe aqueles textos que você já leu diversas vezes, mais que um dia você bloqueia o raciocínio numa palavra específica, e parece que você nunca tinha lido ela antes? Ela te faz viajar no pensamento e na reflexão?
Isso me aconteceu por esses dias, com esse texto, especificamente na palavra “disperso”.
Fui à oficina levar o carro da minha esposa para o concerto, e o mecânico me explicava qual era o problema e qual seria a solução. Acertado o serviço, fiquei por perto observando o trabalho. Ele era um rapaz muito comunicativo, gostava de explicar cada coisa que fazia, e sem perceber, vários assuntos começaram a rolar, entre eles o de família. Ele era casado há pouco tempo, e tinha um filinho que amava muito. Eles o tiveram com 16 anos e agora eles estavam com 20. Ele falava comigo como se fossemos amigos de velho tempo. Eu o deixava bem a vontade para falar, e ele falava mesmo.
Não podia deixar uma oportunidade daquela passar em branco, e em cada assunto que ele compartilhava, eu trazia para ele conselhos da Palavra de Deus. Foram 2 horas de uma gostosa conversa, que me rendeu um novo amigo, muitos agradecimentos, um desconto inesperado, uma promessa de visitar uma igreja evangélica próxima a sua casa e um comprometimento de que qualquer coisa que eu precisasse, podia voltar para ele para ser ajudado. Ele terminou dizendo: “Muito obrigado, foi muito bom conversar com o senhor!”.
Isso me fez lembrar que as melhores oportunidades de evangelização que tenho encontrado, não tem sido aquelas em que estou programado para fazer (e olha que são muitas!). Outro dia fui ao serralheiro encomendar um serviço do nosso seminário, e com 3 horas de convivência com os 2 trabalhadores, descobri coisas surpreendentes, tais como: Eram crentes desviados; um deles se desviou porque o líder da igreja o havia repreendido publicamente por causa do corte de cabelo; o outro havia deixado de ir para igreja para ir a uma festa, no qual houve um tiroteio, e ele foi baleado na perna, e ninguém da igreja foi visita-lo, e por ai vai. Compartilhei a palavra de Deus com eles, e os vi com lágrimas nos olhos admitindo que estavam errados por estarem fora dos caminhos do Senhor. Foi uma tarde muito especial, mas ela não havia sido planejada.
Foi isso que me chamou a atenção no texto de Atos 8:4, enquanto estavam dispersos, sem rumo definido, sem um planejamento organizado, enquanto ainda se recuperavam daquela fuga repentina da perseguição imposta por Saulo, enquanto eles ainda não tinham uma visão definida do que iriam fazer dali por diante, eles não perdiam a oportunidade de anunciar a Palavra de Deus.
Não tenho duvidas que essa é a essência do ardor missionário, quer no âmbito urbano, rural ou transcultural. É está disposto e comprometido a ser um agente do Reino, a ser boca de Deus para aqueles que Deus colocar em nosso caminho. No dizer de Thomas Cosmades: “A evangelização não é uma atividade para as horas vagas”. Não existe horas vagas quando vidas estão em jogo.
O comentarista Roy Joslin diz: “Para os primeiros cristãos, a evangelização não era algo que eles isolavam das outras áreas da vida cristã a fim de nela se especializar, para analisá-la, teoriza-la e organiza-la. Eles simplesmente a praticavam!”. E é exatamente isso que precisamos resgatar em nossas vidas e ministérios. Viver para anunciar o evangelho de nosso Senhor aqueles que precisam e se apresentam diante de nós todos os dias..
Que Deus o use de forma tremenda a qualquer hora e em qualquer lugar que você estiver.
Reflexão postada em seu blog: projetoapocalipse.blogspot.com
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